Se quiser entregar um resultado final brilhante, vai precisar ralar muito – Por Leo Dutra
Hoje, no caminho do escritório, me assustei com a quantidade de carros esperando para abastecer o tanque nos postos o mais rápido possível.
Isso me deixou extremamente reflexivo.
Não pela tese que está levando diversas pessoas às estradas manifestarem, mas pela análise econômica de tudo isso.
Guia Do Iniciante em Opções
Se o nosso ministro da economia, junto com o presidente, almejava entregar o país com um crescimento robusto, eles têm mais um motivo para se preocuparem.
A movimentação de caminhoneiros em bloqueios de estradas por todo o país pode atingir em cheio o crescimento da economia.
E o papo hoje não é sobre direita ou esquerda, vitória ou derrota, “aceitar ou não a democracia’” e por aí vai…
Inclusive, essas foram as diversas situações que meu time especulou comigo quando disse que queria falar sobre isso hoje.
Mas se você me conhece verdadeiramente, vai entender que eu estou longe de querer entrar no mérito político e opiniões pessoais em si.
Quero falar contigo sobre números, dados e análises analíticas de tudo isso.
A greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, durou 10 dias e provocou uma interrupção brusca no fornecimento de bens e insumos básicos da economia, isso é inegável.
Por alguns dias, as cidades simplesmente esvaziaram em razão da falta de combustível em postos de gasolina, lembra disso?
O impacto na economia foi imediato, tanto na inflação, quanto no PIB – o produto interno bruto representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano.
A tamanha proporção do problema fez com que parte do impacto da inflação fosse temporário: a forte alta em junho foi compensada por alguma deflação em agosto.
O impacto da atividade, em particular na indústria de transformação, se deu de maneira permanente: as projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 eram de 2,8%.
O PIB acabou crescendo para 1,8%.
E o seu bolso?
Bom, a greve que aconteceu em maio tinha as seguintes previsões: a projeção do IPCA para o mês de junho era de 0,22% no mês de abril daquele ano.
E o resultado final foi de 1,26%.
O resultado de julho também ficou um pouco mais alto do que o esperado inicialmente, em 0,33% (versus o que tinha sido projetado em abril, 0,22%).
O IPCA acumulado em 12 meses passou de 2,76% em abril daquele ano para 2,85% em maio e 4,39% em junho.
Ainda assim, houve um impacto líquido positivo na inflação daquele ano.
Neste caso, a projeção subiu de 3,5% em abril para 4,40% em outubro.
E no final das contas, a inflação de 2018 acabou fechando em 3,75% – ‘’saudade amor, ah que saudade…’’
O IPCA de novembro e dezembro daquele ano acabaram surpreendendo para baixo por conta da queda dos preços internacionais da gasolina e da apreciação do BRL após as eleições presidenciais.
Uma ‘’sorte’’ que não dá para contar novamente, concorda?
Ainda com a retomada do ritmo de produção, a indústria não compensou suas perdas.
Mas antes de continuar a leitura, me responda uma coisa:
Na sua opinião, qual foi o setor que mais sentiu ou foi afetado pela greve dos caminhoneiros?
Foi a indústria.
A falta de entrega de insumos e de bens finais provocou uma queda de 3,4% da indústria de transformação entre abril e junho de 2018.
É claro que as perdas ocasionadas pela paralisação vão além dos efeitos diretos sobre a atividade econômica.
A forma como progrediu as negociações entre os representantes dos caminhoneiros e as autoridades públicas revelou a fragilidade e o esgotamento do capital político principalmente do governo federal.
Esse texto não é sobre você apoiar ou não a tese principal das manifestações.
Como disse na chamada da minha mensagem para você, se o Paulo Guedes quiser fechar toda a sua jornada com uma chave de ouro, vai precisar ralar bastante para isso.
Como mostrei acima, diversos são os dados e setores econômicos que foram afetados.
E se isso ganhar tamanha proporção, por que não acontecerá novamente?
Mas se por um lado tivemos diversas pessoas tendo que driblar toda essa situação indesejável…
Por outro lado, tive um cliente que teve um retorno de 46.000%, memorável.
E ai eu te faço uma outra pergunta – fique a vontade para me responder nessa mesma mensagem:
O que você tem feito para ter resultados independente do momento de mercado?
Sabemos que trabalhar para alavancar resultados de um país é um enorme desafio, mas no nosso caso nós operamos e investimos em cima desse cenário.
Sendo assim, depender dele é a pior escolha que você poderá fazer para os seus resultados.
Veja só o que fizemos em 2018.
Enquanto muitos se lamentavam, a gente driblava tudo isso obtendo ganhos exponenciais…
Por hoje, eu fico por aqui.
Mas me coloco à disposição para ajudar no que for preciso.
E lembre-se: é preciso ser o sujeito que comanda o jogo.
Jamais se coloque na posição de ser comandado enquanto investidor.
Grande abraço,
Leo Dutra.