Como gerar renda com ações nos EUA com venda coberta
O lançamento coberto, ou venda coberta, é uma estratégia que consiste na venda de uma CALL, em troca da obrigação de ter que vender um ativo caso o mercado suba.
Muita gente me pergunta como podemos utilizar essas estratégia no mercado americano para remunerar uma carteira de ativos.
Porém, hoje eu quero mostrar alguns pontos que você deve observar antes de sair fazendo venda coberta por aí.
Como funciona a Venda Coberta
Como eu expliquei no parágrafo anterior, você recebe uma taxa em troca da obrigação de ter que vender um ativo caso o mercado suba.
E aqui entra a minha primeira dica: se você não quer de jeito nenhum vender uma determinada ação, não faça venda coberta!
Assim como assumimos o risco de, eventualmente, ter que comprar um ativo quando fazemos venda de PUT, aqui a lógica é a mesma.
Caso você seja exercido no lançamento coberto, você vai precisar vender o seu ativo.
Por isso se você tem uma ação em carteira da qual você não quer se desfazer em hipótese nenhuma, não faça a estratégia.
Dá uma olhada na TSM.
Ano passado, ela estava sendo negociada com um super desconto.
Imagina se lá em outubro de 2023 você tivesse feito um lançamento coberto com ela, o mercado subisse, e você tivesse que abrir mão do ativo?
Por isso, antes de fazer esse tipo de estratégia, precisamos tomar alguns cuidados.
Cuidados ao fazer Venda Coberta
Como eu gosto sempre de ressaltar, o mercado funciona em ciclos de otimismo e pessimismo.
Esses ciclos fazem com que o preço dos ativos acabem oscilando em torno da sua região média.
Entender essa dinâmica nos ajuda a saber qual o potencial de crescimento de um ativo, e dessa forma, evitar uma situação de perda a longo prazo.
No caso da TSM, por exemplo, quem fez uma venda de CALL lá atrás, em outubro de 2023, pode até ter colocado uma taxa de 5% no bolso.
Porém, essa venda coberta pode ter custado a oportunidade de um crescimento de 45%, que foi essa guinada que a TSM teve desde então.
E essa não é uma situação pontual.
A Intel passou por uma situação similar.
Assim como a X.
Por isso, eu só recomendo que você faça a venda coberta caso identifique que um ativo está sendo negociado no seu preço justo, ou mesmo acima dessa região, e não tenha medo de, eventualmente, ter que abrir mão desse ativo.
Mas então eu não devo fazer Venda Coberta?
Calma, não é bem assim.
Existem algumas formas de você fazer essa estratégia sem perder os cabelos no processo.
Vamos fazer um exemplo com Bank of America.
Suponha que eu queira fazer a venda de uma CALL para 8 dias, com um valor de strike a US$ 35.
O que podemos fazer nesse caso é montar uma trava, comprando uma CALL no mesmo vencimento, com um valor logo acima de strike (US$ 35,5, por exemplo).
Montando essa trava, recebemos US$ 5 de taxa.
Se o mercado subir, eu tenho um prejuízo com a operação, mas não perco o potencial de crescimento do ativo.
Esse tipo de estrutura é chamada de lançamento coberto protegido.
Outra opção é, caso você identifique que o mercado está subindo, você pode encerrar a sua posição.
Da mesma forma que o lançamento coberto protegido, você vai fechar com um prejuízo, mas não vai perder o potencial de crescimento que aquele ativo tem.
Mas eu não posso ir fazendo a rolagem dessa venda coberta para o vencimento seguinte?
Você até pode!
Porém, com o tempo essa opção vai perdendo o seu valor extrínseco.
E se o mercado continuar com a sua movimentação de alta, uma hora ou outra você vai te que entregar o ativo.
Uma outra opção seria montar uma THL com o seu ativo, garantindo que na compra da opção com o vencimento mais longo você recupera a sua ação.
Conclusões
A venda coberta é uma estratégia que deve ser executada com muito cuidado e sob algumas condições.
É preciso que você analise com cuidado como está o preço justo de uma ação e se você está disposto a abrir mão dela caso o mercado suba.
Até conseguimos utilizar essa estratégia, desde que utilizemos uma trava para nos proteger no médio e longo prazo.