Como usar a compra de CALL para ter ganhos exponenciais
Nós falamos bastante sobre estratégias como venda de PUT ou venda de CALL para rentabilizar a nossa carteira no curto prazo.
Essas são estratégias clássicas, utilizadas por investidores de todos os níveis de expertise e todos os perfis.
Porém, hoje eu quero mostrar como você pode utilizar a compra de CALL para adicionar ganhos exponenciais aos seus investimentos sem aumentar a sua exposição ao risco.
Essa é uma estratégia que utilizamos bastante em ativos cuja volatilidade implícita é menor, o que acaba conferindo a eles uma menor rentabilidade nas estratégias mais comuns.
Conceitos do mercado de opções
As opções são uma ferramenta disponível na bolsa de valores que podem ajudar o investidor a melhorar a rentabilidade de sua carteira e, ainda, protegê-la contra eventuais quedas.
Elas estão dentro de uma classe de ativos chamada derivativos. Isso significa que as opções derivam de algum outro ativo existente no mercado.
Logo, estão atreladas a ele e não podem existir sozinhas.
As opções funcionam como contratos que viabilizam a possibilidade de negociar um ativo em uma data futura (vencimento) por um preço previamente determinado (strike).
Como todo contrato, a negociação de opções é feita mediante a um acordo estabelecido entre duas partes.
Ao comprar uma opção, você se torna o titular da opção.
Portanto, o titular é quem paga por aquele contrato e adquire um direito (seja de compra ou de venda).
Mas, se alguém comprou aquele contrato, alguém necessariamente precisa estar vendendo-o no mercado.
Esse seria o lançador.
Nas opções de compra, também chamadas de CALL, funciona assim:
- O titular de uma CALL – ou seja a pessoa que comprou a opção de compra – tem o DIREITO de comprar o ativo-objeto.
- Já o lançador dessa CALL – a pessoa que está vendendo a opção de compra – tem a OBRIGAÇÃO de vender o ativo-objeto.
Nas opções de venda, chamadas de PUT, funciona de forma contrária:
- O titular de uma PUT – ou seja a pessoa que comprou a opção de venda – tem o DIREITO de vender o ativo-objeto.
- Já o lançador dessa PUT – a pessoa que está vendendo a opção de venda – tem a OBRIGAÇÃO de comprar o ativo-objeto.
Ciclos de mercado
Assim como em qualquer outra ferramenta do mercado financeiro, as opções se comportam em ciclos de otimismo e ciclos de pessimismo.
A partir de uma análise dos dados históricos e projeções futuras de um ativo, conseguimos entender se uma empresa está sendo negociada abaixo ou acima do seu preço justo.
Vamos pegar a CSCO como exemplo, que hoje é negociada a US$ 45,68.
Analisando 3 cenários possíveis (pessimista, provável e otimista), temos os seguintes preços justos:
Mesmo considerando o cenário pessimista, hoje essa ação está sendo negociada abaixo do seu preço justo, com uma expectativa de ganho de no mínimo 29,6%.
Como se trata se uma ótima empresa, com ótimos indicadores e que está sendo negociada abaixo do seu preço justo, poderíamos fazer a compra de um lote de 100 ações, gastando para isso US$ 4568.
Porém, existe uma forma de fazer essa compra adicionando ganhos exponenciais a nossa operação.
Compra de CALL com CSCO
Uma forma de fazer isso é efetuando a compra de uma CALL longa, com vencimento para o começo de 2025.
Em um primeiro momento, o meu custo de aquisição por ação passaria dos US$45 para os US$49.
Mas, precisamos levar em consideração os ciclos de mercado.
Se o ativo subir para o cenário mais pessimista de preço justo, chegando aos US$59, nossa opção comprada passa de US$3,55 para US$14 (diferença entre US$59 e US$45).
O fluxo de caixa ficaria da seguinte forma:
- Gastei US$ 4568 para comprar o lote com 100 ações
- Gastei US$ 355 para comprar o lote com 100 opções
- Posso vender minhas opções com o valor atualizado, ganhando US$1400.
Isso resultado em um valor gasto de US$3523, fazendo com que o meu custo de aquisição efetivo das ações tenha sido US$35,23.
O ganho que antes seria de apenas 29% passa a ser de 65%!
E se o mercado não subir?
Caso o mercado não suba, o seu custo de aquisição temporário ainda seria de US$49, o que representa ainda um ganho de 20%.
Quando montamos esse tipo de estratégia sem saber se o mercado vai subir ou não, estamos arriscando um ganho de 9% (29% se ele subir menos 20% se ele se mantiver estável) por uma possibilidade de ganho de 65% (caso ele suba).
É um risco que estamos dispostos a tomar, visto que, quando trabalhamos com bons ativos, o nosso risco de perda permanente é uma boa empresa falir.
Ou seja, bem pequeno.